Mulheres na liderança: o caminho para a equidade
Nos últimos anos, o tema da liderança feminina tem ganhado destaque no cenário corporativo, refletindo uma mudança gradual, porém significativa, nas dinâmicas de poder e representatividade. Mulheres em posições de liderança trazem consigo não apenas competência e inovação, mas também uma sensibilidade e empatia que são essenciais para o desenvolvimento sustentável e ético das organizações. Para enfatizar esse movimento, a história de Ângela Bezerra e sua atuação como CEO da Letra A Comunicação é um exemplo para muitas mulheres.
Ângela, é uma mulher de destaque no jornalismo e na comunicação, é um exemplo de como a liderança feminina pode transformar e enriquecer o ambiente de trabalho. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Ângela possui um MBA em Marketing Estratégico e é mestre em Antropologia. Sua carreira inclui uma década como repórter na Intertv, afiliada da Rede Globo, antes de se dedicar à assessoria de comunicação, onde acumula 25 anos de experiência.
Acompanhe a leitura
Ela destaca a importância da diversidade e da inclusão no ambiente de trabalho. “A liderança feminina traz uma perspectiva única que muitas vezes é subestimada. Nós, mulheres, temos a capacidade de gerir com empatia e de criar ambientes de trabalho mais colaborativos e inclusivos”, afirma. Vale lembrar que como medida para ter um ambiente de trabalho mais seguro e inclusivo, toda a equipe da sua empresa é composta por mulheres.
37%
Ocupação por mulheres em cargos de liderança nas empresas
21%
Desempenho acima da média do mercado
Estatísticas recentes destacam a importância crescente da presença feminina em cargos de liderança. De acordo com um estudo da McKinsey & Company, empresas com maior diversidade de gênero na alta administração tem 21% mais chances de apresentar desempenho acima da média do mercado. Além disso, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) aponta que a inclusão de mulheres em cargos de liderança está associada a melhores práticas de governança e maior responsabilidade social corporativa.
No Brasil, o cenário ainda apresenta desafios significativos. Apesar dos avanços, as mulheres ocupam apenas cerca de 37% dos cargos de liderança nas empresas, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este número evidencia a necessidade de políticas e práticas que promovam a equidade de gênero e facilitem o acesso das mulheres a posições de decisão.
Participação de mulheres no mercado de trabalho por continente
América do Norte
Europa
América do Sul
África
Ásia
Oceania
“Os principais desafios enfrentados pelas mulheres em cargos de liderança são os mesmos que elas enfrentam na vida. A gente precisa provar que é mais capaz que os homens, temos que está sempre muitos passos à frente para poder comprovar a nossa competência”, relata a jornalista.
A trajetória de Ângela é um exemplo de como a liderança feminina pode transformar o ambiente corporativo e a sociedade como um todo. Ao valorizar a diversidade e promover a inclusão, empresas e líderes como ela e a Letra A não apenas atingem seus objetivos comerciais, mas também contribuem para a construção de um mundo mais justo e equilibrado. A presença de mulheres em cargos de liderança é fundamental para o desenvolvimento de práticas mais éticas, inovadoras e socialmente responsáveis, pavimentando o caminho para um futuro mais inclusivo e para todos.
Ao ser perguntada qual conselho ela daria para as mulheres que querem alcançar um cargo de liderança, Ângela diz que a perseverança é uma das qualidades que é preciso ter. “Não desista jamais, se você acredita na sua capacidade, aposte nisso e vá em frente. Se especialize, estude e busque conhecimento, porque isso vai lhe diferenciar no mercado. A gente nunca chega sozinha, a gente chega junto em parcerias que são construídas e que a gente faz ao longo da vida.
Mulheres, Maternidade
e Mercado: O empreendedorismo como
resposta
Em um mundo onde a igualdade de gênero é cada vez mais discutida, os desafios enfrentados por mulheres continuam a destacar a disparidade persistente em posições de poder. Desde dificuldades para equilibrar as demandas profissionais com responsabilidades familiares até a pressão social intensa sobre as mulheres, os obstáculos são muitos e complexos.
Aumento de demissão
Uma pesquisa da FGV revelou uma realidade preocupante: cerca de 50% das mulheres são demitidas dois anos após retornarem da licença-maternidade. Esse cenário alarmante é resultado do preconceito persistente no mundo corporativo, que muitas vezes demonstra inflexibilidade em relação às mulheres, especialmente aquelas que são mães.
Soluções
Diante dessa situação, muitas mulheres se veem obrigadas a deixar seus empregos e passam a enxergar no empreendedorismo uma oportunidade de perseguir uma certa independência financeira. Empreender permite que elas invistam em áreas onde têm expertise, como a confeitaria, comércio e até mesmo trabalhos na área da maternidade, ao mesmo tempo em que têm a flexibilidade necessária para conciliar suas responsabilidades familiares e profissionais.
Para entender melhor essas questões, conversamos com Juliete Souza, uma empreendedora e trabalhadora informal que, ao longo de sua jornada, testemunhou e enfrentou uma série de desafios comuns a muitas mulheres.
As experiências dela reflete com a de muitas mulheres que enfrentam desafios semelhantes em suas carreiras e vidas pessoais. "Eu trabalhava fora, já trabalhava no comércio, sempre trabalhei no comércio e quando formei minha família decidi abrir algo em casa", compartilha Juliete.
Desafios de equilibrar
a vida profissional
e familiar
a dualidade
Equilíbrio entre vida pessoal e profissional
lições
Questionada sobre os desafios enfrentados ao equilibrar as demandas profissionais com as responsabilidades familiares, Juliete aponta a questão dos filhos como a principal dificuldade. "A principal dificuldade que vejo em mim e outras mulheres é a questão dos filhos. Quando precisamos trabalhar, pensamos muito em como vamos fazer isso e equilibrar com a atividade de ser mãe. Além do processo de equilibrar ser dona de casa e trabalhar, fazer comida, cuidar da casa", explica ela.
Sobre como lida com o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, considerando as expectativas sociais muitas vezes impostas às mulheres, Juliete compartilha sua jornada de aprendizado ao longo dos anos. "Com o passar dos anos, aprendi a tornar a jornada mais leve entre minha vida pessoal e profissional, não esquecendo meu papel como mãe, esposa e amiga", diz ela.
Juliete acredita que existe uma pressão social intensa sobre as mulheres, especialmente quando são mães. "Quando temos filhos, a responsabilidade principal se torna da mãe. Muitas empresas não querem mães trabalhando, pois ser mãe exige muita demanda, às vezes precisando faltar para ir ao médico, entre outros"
Os conflitos enfrentados por Juliete são mais comuns do que se pensa. Enquanto a sociedade continua a evoluir, é fundamental reconhecer e abordar as disparidades que persistem, garantindo que todas as mulheres tenham a oportunidade de alcançar seu pleno potencial, tanto no mundo profissional quanto no pessoal.
A inovação por trás da liderança feminina: lições de Andressa Vieira
O começo...
Há aproximadamente sete anos, a jornalista e advogada Andressa Vieira iniciou formalmente sua trajetória como empreendedora, fundando a empresa Atena Branding & Conteúdo, especializada em gestão de marca digital, criação de conteúdo e branding.
Andressa relata que, durante toda a sua vida, sempre se identificou com o empreendedorismo e cogitou seguir esse caminho: “Sempre escolhi e busquei os caminhos que quero seguir, trilhando uma trajetória que me leva aonde quero chegar. Para mim, essa é a essência do empreendedorismo.”
Após a formatura em jornalismo, a empresária compartilha que trabalhou por alguns anos como empregada, tanto no setor público quanto no privado, mas sentia-se insatisfeita: “Algo me dizia que eu precisava assumir a minha jornada à frente de um negócio onde eu pudesse colocar em prática os valores nos quais acredito.”
Antes de fundar a Atena, a jornalista preocupava-se com a construção de uma cultura interna coesa e alinhada com seus valores: a diversidade como matéria-prima da criatividade e inovação, a colaboração como senso de protagonismo e a igualdade, onde os colaboradores sentem que estão contribuindo e crescendo em conjunto, em vez de competirem entre si.
Empreandie
e a inovação no mercado
A Atena Branding & Conteúdo já atendeu mais de 150 clientes em oito estados brasileiros e contribuiu para a formação profissional de mais de 50 colaboradores, sob a liderança de Andressa e sua sócia, Melissa Zanin.
Atualmente, a empresa apresenta uma métrica notável em relação à diversidade: mais de 70% de seu quadro de funcionários é composto por mulheres, 80% são pessoas LGBTQIAP+ e 33% se identificam como pardas ou negras.
Após alguns anos empreendendo, Andressa percebeu que era hora de compartilhar parte de seu conhecimento, auxiliando e contribuindo para a formação de outras empreendedoras.
“Empreender não é suficiente. É preciso estudar muito para se manter firme e forte nessa jornada. Logo quando comecei, busquei aperfeiçoamento profissional e, na prática, percebi que aquilo que estou descobrindo, que está dando certo, pode ser útil para outras pessoas.”
Com isso em mente, Andressa deu mais um passo em sua carreira, criando a iniciativa “Empreeandie” (junção de seu apelido, Andie, com a palavra empreendedorismo), onde auxilia empreendedoras em diferentes estágios por meio de palestras e mentorias.
O compromisso na prática
75%
dos colaboradores são mulheres
100%
da gestão é feminina
80%
dos nossos colaboradores se identificam como pessoas LGBTQIAP+
“
“É muito gratificante poder compartilhar conhecimento, pois nesse processo eu também aprendo bastante, criando um ciclo de networking onde uma ajuda a outra. Essa é uma área que sempre me instiga, trazendo novos desafios e possibilidades para ocupar novos espaços.”
A força do propósito
Em um momento de reflexão, Andressa ressalta que o empreendedorismo ainda acende a chama em seu coração por continuar refletindo seus valores, mesmo sete anos depois.
Um conselho
“O que eu diria para as mulheres que estão começando a empreender é que não se apeguem a ‘um sonho’, mas a um processo, onde perseguem aquilo que desejam vivenciar. O empreendedorismo ainda vale a pena para mim porque consigo colocar em prática os valores que busquei no início dessa jornada. Saber que estou sendo fiel ao que sonhei para mim é extremamente gratificante.”
Making memories with my favorite people.